Em 2010 Comemorou-se, o centenário da Instauração da República em Portugal.
No âmbito dessas comemorações foram desenvolvidas algumas pesquisas no sentido de encontrar referências históricas a pessoas, locais e acontecimentos ocorridos no Barreiro, há cem anos atrás. Tal pesquisa revelou-se insuficiente, pois apesar de se saber que o Barreiro contribuiu de forma importante para aquele evento, havia pouca informação escrita, especificamente relacionada com a cidade, as suas gentes e o seu papel na implantação da República.
Comemora-se agora o 50º aniversário da Revolução de Abril. A data é comemorada pelo País todo, mas, tal como em 1910, o Barreiro, o seu povo, participou activamente, quer na resistência ao fascismo quer nos dias seguintes, em inúmeros acontecimentos relacionados com a implantação da Democracia no País.
É notório que muitas pessoas esqueceram já os acontecimentos, e que muitos jovens não têm sequer a noção do que se passou naquela época em Portugal, não adquirindo qualquer consciência da forte mudança que representou para o País, o estabelecimento de um regime democrático como o nosso, aquele em que os jovens nasceram. Estes factos levaram-nos a reflectir sobre a possibilidade de, dentro de poucos anos, já nada restar, à semelhança do que aconteceu com a Revolução de 1910, sobre a história da Revolução de Abril no Barreiro.
Muitos dos protagonistas da Revolução estão ainda vivos e podem transmitir os sentimentos, os acontecimentos, em que participaram e com que contribuíram para a revolução.
Antes que a memória de Abril se apague, é necessário escrevê-la para o futuro, anotando e registando, pedaços de memórias, de histórias e relatos de como foi o 25 de Abril no Barreiro, quem foram, quem são, os homens e mulheres do Barreiro que participaram na construção da Revolução de Abril.
Para o País, esta Revolução pôs fim à ditadura fascista e à guerra colonial Restituiu a liberdade aos Portugueses, consagrou direitos essenciais dos trabalhadores e dos cidadãos, promoveu mudanças positivas nos valores e mentalidades, impulsionou transformações económicas e sociais progressistas, abriu caminho à construção de um Portugal democrático. Por isso se regista aqui e agora, a história de há 50 anos, para que perdure no futuro, a memória do 25 de Abril de 1974.
O Editor,
José Encarnação