A Revolução de 25 de Abril foi o resultado de um levantamento militar liderado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), um grupo de oficiais descontentes com a situação do país e com a guerra colonial que se arrastava há mais de uma década em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Na madrugada desse dia, os militares ocuparam pontos estratégicos da capital, como o quartel do Carmo, onde se refugiou o primeiro-ministro Marcello Caetano, o último chefe do governo do Estado Novo. Às 12h20, Caetano rendeu-se e entregou o poder ao general António de Spínola, que assumiu a presidência da Junta de Salvação Nacional, o órgão que dirigiu a transição política.
Nos meses seguintes, Portugal viveu um período intenso e turbulento de transformações políticas, económicas e sociais. O MFA e os partidos recém-criados ou legalizados negociaram um programa para a instauração do regime democrático, que incluía a realização de eleições livres para a Assembleia Constituinte, a descolonização dos territórios africanos, a reforma agrária, a nacionalização de setores-chave da economia e a garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos. A Constituição da República Portuguesa foi aprovada em 1976, consagrando os princípios da democracia representativa, do Estado social de direito e da soberania popular.