O que aprendemos com a guerra colonial? Esta é a pergunta que o livro “Da Guerra Nunca se Volta – Os Caminhos Cruzados da Guerra Colonial”, do autor Armando de Sousa Teixeira e), nos convida a fazer. O livro, que será apresentado no próximo sábado, dia 24 de Fevereiro, pelas 15.00h, na sede da ASM, em Santarém, é um relato pessoal e histórico sobre a vivência da guerra colonial e as suas consequências na sociedade portuguesa.
O autor, que combateu em Moçambique, partilha as suas memórias, reflexões e sentimentos sobre essa experiência traumática, que marcou uma geração de portugueses e de africanos. O livro é também uma homenagem aos camaradas de armas que tombaram em combate, aos que regressaram com feridas físicas e psicológicas, e aos que se envolveram na luta pela democracia e pela descolonização.
A apresentação do livro contará com a presença do próprio autor, de representantes da ASM e de convidados especiais, que irão comentar a obra e debater o tema da guerra colonial. Haverá ainda uma sessão de autógrafos e um momento de convívio entre os presentes.
Este é um evento imperdível para quem quer conhecer melhor esta obra e o seu autor, e para quem quer participar numa discussão sobre um assunto tão importante para a nossa história e memória coletiva.
Esperamos por si!
Armando de Sousa Teixeira e Associação Salgueiro Maia
O livro “Da Guerra Nunca se Volta”, agora dado à estampa persegue três grandes objectivos:
– Clarificar o que foi o colonialismo português em África no seu longo cortejo de 500 anos de exploração, guerras, escravatura, opressão, morticínios. Paralelamente, enaltecer a luta dos povos de Angola, da Guiné de Moçambique pela sua luta de libertação nacional. Tal transporta-nos para a realidade actual dos povos que batalham pela sua libertação, contra a agressão colonialista e o genocídio, como o heróico povo palestino. Em pleno século XXI repete-se o cortejo de horrores que as potências europeias perpetraram nas Américas e em África durante séculos!
– Um segundo objectivo é recordar as sequelas e os traumas de uma guerra fratricida (também as solidariedades!) que o regime fascista teimou em manter durante treze longos anos, com o sacrifício de centenas de milhares de vidas humanas (mortos, feridos, estropiados, traumatizados). Mais de um milhão de jovens portugueses estiveram na guerra colonial. Oliveira Salazar e os próceres do regime justificavam então com “as agressões vindas do exterior aos bastiões da defesa da civilização cristã e ocidental”. Ouvimos algo parecido nos dias de hoje, 50 anos depois da nossa revolução libertadora, nas arengas populistas da extrema-direita. Que ninguém se engane com os cantos de sereia!
– No âmbito de uma guerra subversiva de “novo tipo”, com amplo apoio dos povos autóctones como foi a guerra colonial, prolongando-se tragicamente sem solução militar, mas com conivências militaristas, é justo relevar historicamente (porque tem sido esquecido!…) o papel dos militares milicianos. Em última análise honrar a opção sacrificial daqueles que nas Forças Armadas e na própria guerra resistiram, contrariando e confrontando o militarismo pela desobediência passiva, pela denúncia, pela insubordinação, e por isso pagaram um custo elevado. Contribuiram sem dúvida para a tomada de consciência dos patriotas que se levantaram no glorioso dia 25 de Abril de 1974, derrubando o regime fascista.
– Temos a grata alegria de fazermos esta apresentação num local simbólico que assinala a participação, a vida e a honradez de um dos militares mais destacados dessa acção histórica imorredoira – Salgueiro Maia.