A Revolução do 25 de Abril constitui um dos acontecimentos históricos mais importantes, do século XX em Portugal.
Depois de 48 anos de ditadura, em que os portugueses viveram um dos períodos mais negros da sua historia – marcado peia ausência de liberdade de expressão, de imprensa, de associação, com uma policia politica – PIDE – que torturava e matava os seus opositores, uma guerra colonial que durante 13 longos anos sacrificou gerações de jovens, Portugal era um dos países mais atrasados e subdesenvolvidos da Europa, o regime fascista iniciado em 28 de maio de 1926 e dirigido por Salazar e Caetano, só terminou quando o movimento das Forças Armadas iniciou a Revolução dos Cravos, na madrugada do dia 25 de Abril de 1974.
Uma explosão de alegria conquistou o pais! 0 povo português saiu à rua em manifestações de Liberdade e alegria saudando o fim da ditadura.
A liberdade, nas mais diversas formas de expressão, foi uma das mais belas conquistas que o movimento dos Capitães trouxe aos portugueses, transformando Portugal triste e amordaçado num pais livre e fraterno.
A alegria ganhou formas e cor e dos muros das cidades, vilas e aldeias de Portugal brotou um país novo nos Murais da Revolução.
Portadores de mensagem política, sociai e cultural, os painéis e os murais assumiram-se como um elemento caracterizador da Revolução de abril e constituem um retrato vivo daquela época.
A pintura murai atravessou todo o espectro político português, da esquerda à direita, conforme o demonstra Paixão Esteves na sua preciosa coleção de imagens. As representações referentes ao Barreiro aludem a temas como a Liberdade, a Reforma Agraria, jornadas de luta, festas e comícios, apelos ao voto, ou são típicas mensagens de afirmação partidária.
Alguns destes murais são autênticas formas de expressão artística, produzidas por autores anónimos e coletivos. Poucos resistiram ao passar do tempo. No Barreiro subsistem dois: um referente aos Pioneiros de Portugal, no Bairro 25 de Abril e outro sobre o IX Congresso do PGP na Avenida do Movimento das Forças Armadas no Alto do Seixalinho.
Texto: Rosalina Carmona na exposição “Murais de Abril”
Fotografias dos Murais: coleção Paixão Esteves
Fotografias do Concelho de Moradores arquivo Rosalina Carmona